quarta-feira, 19 de março de 2008

A dor da vergonha e decepção

Não tenho mais forças para suportar tantos fracassos. Minha esperança está completamente tomada pela sensação de impotência e incompetência. Não me considero homem, pois não realizei coisa alguma em minha vida. Que decepção! Sou um imprestável, portanto não mereço o luxo que possuo.
Peço perdão a meu pai, porque ele trabalhou tanto, e conquistou, com seu suor, o direito de dar conforto e segurança aos filhos, que nada soube fazer para retribuir. A incompetência é minha companheira e dela não consigo me livrar. Cada tentativa de encontrar o meu lugar neste mundo foi em vão. De menino superinteligente na infância e adolescência, chego à vida adulta, na qual sou incapaz de descobrir em quê sou útil. Agora fico me perguntando: o que diabos faço aqui, se para tudo que penso ser bom, não tenho a menor vocação, muito menos talento?
Comentava com um grande amigo, para mim, sinceramente, “meu irmãozim”, as voltas que minha vida tinha dado. Ele me instruiu a fazer o que eu gosto e correr atrás do meu sonho. Entretanto, o sonho acabou. Como dou seguimento a minha história? Não havia preparado um “plano B”!
Desculpe por mais um texto triste e sem perspectivas otimistas, porém eu sou assim e hoje me sinto dessa forma. Ontem, talvez não fosse a compreensão de um bom amigo, “companheiro do povo”, ao telefone, e de uma inesperada reação tão atenciosa e gentil da minha colega de sala de aula, que se preocupou comigo e ficou ao meu lado todo o tempo. Literalmente, ela foi uma luz e “clareou” a minha mente.
Não consigo olhar o espelho. Após mais uma derrota, estou rebaixado à condição de ser humano inferior. Para quem, um dia, esteve perto de se tornar médico, mas a incapacidade atrapalhou, depois tentou o curso de direito, em vão. Agora, dois anos e meio praticamente jogados fora, junto a uma grana preta de meu pai. Triste fim. O momento é de reflexão, e recomeçar.
Quem souber de algum curso ou emprego que aceita pessoas imprestáveis, me avise. Se não, já posso me preparar para mais um fracasso. Afinal, todas as minhas idéias afundam, e por isso continuo sendo este “filhinho de papai”, a quem ninguém dá valor (com toda a razão!).
Parabéns ao meu melhor amigo pela vitória. Pena que eu, neste momento de desilusão, não consiga demonstrar a felicidade pela sua glória, contudo tenho a certeza de que ele é merecedor. Perdi este jogo e o campeonato. Mas deste esporte, foi comprovado que ele entende melhor do que eu.
Para a mulher que não mediu esforços para me dar esta oportunidade, desculpas infinitas pelo meu desempenho insatisfatório. Me desculpe por fazê-la perder o seu tempo comigo.
Observação: A minha paixão é inegável, todavia não agüento mais tantas decepções. Neste instante, vou me retrair, porque mesmo as palavras do “irmãozim”, aconselhando a minha pessoa para contar tudo a ela, pois estaria me privando de um possível “sim”, guardo o meu silêncio, para me privar de um provável “não”. Ela é uma pessoa fantástica e não deve ter a companhia de alguém tão simplório e medíocre, para não afirmar “perdedor”.

2 comentários:

Simoni Urbano disse...

Ichi...o q foi isso???

Rodolfo Machado disse...

Irmão...depois de meses em reclusão volto para um comentário...precisamos nós encontrar para conversar. Sei que não sou o melhor amigo de todos porque sou muito ausente...mas nunca me esqueci e nunca esquecerei, de você(ficou meio gay né?). hehehehehehe!

Vi suas ligações mas você sabe que não sou muito fã de telefones e sou muito esquecido.

Abraço de um (velho ou novo?) amigo.